António Jacinto da Silva Brito Paes Falcão, nascido a 15 de Julho de 1884, baptizado na Igreja matriz de Colos no dia 12 de Outubro do mesmo ano é um dos mais nobre e célebres e orgulhosos filhos da Vila de Colos. O percurso militar de Brito Paes foi, no início, naturalmente marcado pelo esforço militar português de ocupação em África e pela entrada na Grande guerra.Alferes em 1910, serviu sucessivamente em Moçambique e Angola, tendo embarcado para França em 1917.Neste país tirou o brevet de piloto, decisão que revelava já o seu poético espírito pioneiro e aventuroso, que o levou a abandonar o sossego e o conforto de rico proprietário rural.No fim da guerra, agraciado com as mais altas e honrosas condecorações de Portugal e de França, o seu destino estava marcado: seria até morrer um homem da aviação. Desde logo. Ligado aos primeiros passos da aviação militar em Portugal, terminou a sua vida como comandante do Grupo de Esquadrilhas.O avião tinha-se já emancipado da fase do pioneirismo, e dava inicio ao tempo em que se havia de tornar transporte rápido e eficaz, alem de poderosa arma de guerra.Europeus e Americanos realizavam, então, grandes viagens pela conquista dos céus e da velocidade, procurando bater recordes e alcançar vitórias para os seus países.Portugal entrou na competição, apesar das desvantagens técnicas e financeiras, tento realizado alguns voos importantes, como a travessia do Atlântico Sul (1922) e o "Raid" Portugal-Macau" (1924).Brito Paes fazia parte dessa pequena elite de audaciosos homens voadores, que, com escassos meios, competia com países mais desenvolvidos.Em 1922, ele e José Manuel Sarmento de Beires, companheiro preferido e amigo de sempre, ansiosos por realizarem um feito nunca antes cometido, decidiram recuperar um decrépito avião abandonado no hangar da Amadora, a quem deram o pomposo e romântico nome de "Cavaleiro Negro", e, com ele, fazer um voo directo á madeira. A ideia era de uma extrema temeridade, pois tratava-se de um avião de rodas e todo remendado. Para orientação unicamente a bússola! Todas as hipóteses apontavam para uma viagem sem regresso. Como o ministro da Guerra não deu autorização para a viagem, partiram sem ela.Com visibilidade diminuta, devido ao nevoeiro, não conseguiram lobrigar a Ilha, supondo-se que a sebrovoaram. Acabaram caídos, com os níveis de óleo no fim, na imensidão oceânica, sendo salvos por um navio Inglês.À chegada a Lisboa, a hierarquia censurou-os por desobediência e louvou-os por bravura.Outros projectos ocuparam, a partir dai, as mentes de Paes e de Beires. Volta ao mundo e ida ao Brasil foram os principais, mas contrariedades várias motivaram o seu cancelamento. Decidiram finalmente estabelecer a ligação Portugal-Macau, uma longa viagem que ninguém tinha tentado antes.Sem apoios oficiais, adquiriram um Breguet, do tempo da guerra, a que deram o nome de PÁTRIA, inscrito no verso de Camões "Esta é a ditosa Pátria minha amada". Decidiram partir de Milfontes, nessa altura lugar privilegiado de vilegiatura das principais famílias do concelho, onde Paes tinha casa. Aproveitando a extensa planície dos Coitos, para a longa corrida do Breguet, com carga máxima, ergueram-se no ar rumo a Macau na manhã nevoenta de 7 de Abril de 1924.
sexta-feira, novembro 10, 2006
ESTÁ-ME no SANGUE, ser uma cidadã do mundo!!!!